Larápio português é preso no Paraná

Com muita lábia ele conseguiu sem dinheiro comprar carros, imóveis, dar calote em mulheres e empresas, até ser preso num veículo importando em Curitiba. Aplicou vários golpes em T. Otoni, Carlos Chagas e Nova Viçosa

TEÓFILO OTONI - O português Antônio Agostinho Cunha da Silva, 38 anos, natural da cidade de Braga (Portugal) foi preso na semana passada pela polícia do Paraná. As informações foram divulgadas nesta semana pela 14ª Delegacia de Polícia Civil. Ele já esteve preso em uma penitenciária do estado de Minas Gerais, e ainda aplicou golpes de estelionato em Carlos Chagas, Teófilo Otoni e também no sul da Bahia.

De acordo com a denúncia, a prisão ocorreu na noite de 19 de setembro (segunda-feira), depois ter feito uma manobra arriscada com o veículo importado Kia Sportage, no Jardim Botânico, perto da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba, onde está detido. No momento da abordagem, Antônio não portava documentos e o carro que dirigia foi apreendido.

Agostinho é suspeito de aplicar golpes na capital paranaense, utilizando documentos de uma mulher com quem mantinha um relacionamento amoroso. Com o dinheiro e documentos da vítima adquiriu vários bens, casas e carros. A Polícia de Curitiba acredita que o valor dos golpes devem chegar entre R$ 300 a R$ 500 mil.

O delegado Jéferson Botelho Pereira, responsável pela Delegacia de Divisões e Tóxicos e Entorpecentes, e Repressão a Homicídios informou que a folha de antecedentes criminais e informações sobre a personalidade de Antônio Agostinho está sendo enviada para o delegado responsável pelo caso na capital paranaense.

Ele acrescenta ainda que na época em que o acusado foi preso em Minas Gerais, foi feita a proposta junto a Polícia Federal para que fosse providenciado um pedido de expulsão ou extradição do cidadão português. “Esse procedimento está tramitando ainda, mas o certo é que o português é altamente nocivo aos interesses do Brasil. Por isso que o trabalho continua, evidentemente que a justiça brasileira deve tomar uma posição, mesmo porque quando um brasileiro é preso em outro país há uma dificuldade natural de extradição, ou a finalidade de cumprimento de pena no Brasil”, declara.

A Polícia Civil de T. Otoni participa da investigação para o enriquecimento dos autos do inquérito policial em que Antônio Agostinho seja autuado por estelionato.

O esquema

O estelionatário usava o nome de Antony Cunha da Silva, e se apresentava às vítimas como filho de um cônsul em Portugal. Além disso, procurava por mulheres com o mesmo sobrenome, por exemplo, Silva ou Cunha. Após, ao fazer compras em lojas dizia que era esposo da vítima. A Polícia descobriu ainda que ele realizava os pagamentos através de transferência falsa em uma conta fantasma. E também fazia depósitos bancários utilizando envelopes vazios, mas tirava o comprovante.

Ele fez várias vítimas, além das mulheres que mantinha algum tipo de aproximação, havia donos de uma agência de publicidade, a quem propôs sociedade há um mês, dentre outros.

Em Teófilo Otoni ele comprou veículos novos e simulou um casamento com uma jovem de Carlos Chagas. Antônio Agostinho foi à Nova Viçosa, no sul da Bahia, e se hospedou em uma pousada chamada Abrolhos. Não tinha dinheiro para pagar a hospedagem e mesmo assim acabou comprando o imóvel.

Suspeito de homicídio

Antônio Agostinho está sendo investigado pela polícia do Paraná pela morte do pastor João Leonardo dos Santos Lourenço, 50 anos, no bairro Tarumã, ocorrido em 14 de setembro deste ano. Segundo informações, a vítima teria vendido uma residência e foi assassinada na noite em que fecharia negócio.

João foi morto com cinco tiros por um homem que fugiu após roubar a carteira de Antônio, que presenciou o crime. O suspeito foi intimado a prestar depoimento, mas nunca compareceu a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos do Paraná. (Foto cedida pelo Paraná Online)