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Polícia confere vozes grafadas de traficantes

Detentos presos nas operações policiais que desarticulam o crime organizado na cidade passam por exames de Fonética Forense

TEÓFILO OTONI - Quatro detentos presos durante a operação “Nações Unidas” e das investigações do inquérito policial nº. 316/08, que investiga o tráfico de drogas na cidade (documento foi encerrado na semana passada com 13 pessoas indiciadas) foram submetidos a exames de fonética forense na manhã de ontem (dia 20).  São eles: Renan Domingos de Souza, Marcos Antônio Otoni (‘Marquinhos Rabichola’), Samira Ferreira dos Santos e Adjeferson Teixeira Pereira Neves (‘Di da Betel’). De acordo com a Polícia Civil, quatro presos se negaram a fazer o teste de voz.
Os exames de fonética Forense também serão realizados nas cidades de Contagem, Francisco Sá, Ibapa e Juiz de Fora. Serão examinados Alex Ferreira dos Santos (‘Perna’), Anderson dos Passos Oliveira (‘Gú’), Deyvisson de Jesus Tetulino (‘Gambá’), Eufrasio Gomes Cardoso, Márcio Tadeu Lopes Coelho (‘Marcinho VP’), Roger Quaresma Hussin, (‘Fala Mansa’) e Romário Gomes nos próximos dias.
De acordo com o delegado da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes, e responsável pelo caso, Jéferson Botelho Pereira, a ferramenta é um importante recurso da PC para enriquecer os inquéritos enviados a Justiça. Ele destaca que os exames de fonética forense irão auxiliar no trabalho iniciado durante as investigações, seja para a inclusão ou exclusão de participação num crime. “Esse trabalho pericial irá dar maior sustentação, no campo de prova, para que a Polícia Civil esteja contribuindo de forma decisiva no êxito do processo. O teste pode excluir ou incluir uma pessoa. Na verdade, busca-se a responsabilidade com justiça e responsabilidade social. No inquérito policial temos a responsabilidade de buscar verdadeiramente aquela pessoa culpada, e que tenha efetivamente praticado um delito”, completa.

Testes

O teste, que consiste na gravação de voz dos infratores, para ser comparada às gravações das escutas telefônicas foi, realizado pelo especialista Alessandro Augusto Travassos, que tem formação em fonética forense, sendo atualmente o único profissional habilitado em Minas Gerais. Ele também faz parte de um grupo de quatro profissionais existentes no Brasil atuando na área especializada. Os outros três especialistas trabalham nos estados da Bahia, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Travassos passou por especialização em países como Estados Unidos, Inglaterra e Rússia.
Segundo o perito, o objetivo dos trabalhos é coletar o chamado ‘padrão de voz’ dos presos que podem estar envolvidos na ilegalidade. “Nosso trabalho é coletar o padrão dos indiciados que se supostamente estão envolvidos em atos ilícitos. Esses crimes podem ser materializados através das conversas telefônicas que as pessoas mantiveram. O que fazemos é comparar a voz das pessoas retiradas do aparelho fonador com as peças-motivo colhidas”, conta Alessandro.
Travassos acrescenta que o tempo necessário para a entrega do laudo dura em média de um a um mês e meio.

O que é

A Fonética é um extraordinário meio que pode ser utilizado para identificação humana, pois na fala estão contidos traços característicos de um indivíduo, da sua origem regional e social, do seu estado emocional momentâneo, e outras informações que podem ser inferidas a partir do material de fala. 

A utilização da Fonética na área forense é necessária e, quase sempre, insubstituível para a solução de crimes em relação aos quais existam vozes registradas em algum tipo de mídia.
A verificação de locutor é a atividade pericial dentro da Fonética forense capaz de determinar se duas falas foram produzidas por um mesmo indivíduo. Trata-se de um exame direcionado a determinar a autoria de uma voz e, portanto, serve como meio de prova, na área forense, para atribuir a alguém a autoria de um crime, a sua participação, ou a ele relacionar. 
Um exame de verificação de locutor também é capaz de desvincular o envolvimento de um inocente num crime que lhe possa estar sendo imputado, fato que o especialista considera mais importante do que incriminar um culpado.

Perito

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