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Procurado traficante é preso na operação Nações Unidas





A ação aconteceu em conjunto entre a PC e a PM. 17 pessoas foram presas suspeitas de integrarem uma quadrilha instalada na região norte. Durante as ações foi preso o procurado traficante Alan Cara Fina, suspeito de participação em diversos assassinatos e roubos pelo município e região

TEÓFILO OTONI – Intitulada de “Nações Unidas”, a operação aconteceu na virada do ano, entre cinco da manhã e 14h, em bairros da região norte da cidade. 17 pessoas foram conduzidas para a 14ª Delegacia de Polícia Civil (DRPC). Destas apenas nove ficaram presas, entre elas, o traficante Alan Lima Carvalho, conhecido como 'Alan Cara Fina', de 20 anos.
A operação ganhou o nome de ‘Nações Unidas’ devido aos investigados estarem se escondendo em ruas com nomes de países nos bairros Vila Betel e Felicidade. As prisões ocorreram também no Alto do DER.

Operações

Esta foi a terceira operação de 2009, que teve como objetivo combater o crime organizado numa ação conjunta entre as Polícias Civil e Militar. A operação contou com a participação de 80 policiais civis e militares e a utilização de 12 viaturas.
As equipes mistas formadas pela polícia conseguiram cumprir 26 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisões. Os conduzidos foram identificados como Igor Batista Melo, de 18 anos, Eder Junior Alves Pereira, 23 anos, Jânio Milton Pinheiro de Souza, 22 anos, Marcelo de Oliveira, de 23 anos, Alisson Vieira Tameirão, 35 anos, Ricardo Rodrigues dos Reis de 19 anos. Eles são suspeitos de participarem de quatro homicídios com ocultação de cadáver na zona norte. 
O delegado de Tóxico e Homicídios em Teófilo Otoni, Jéferson Botelho disse que as investigações continuam e que os envolvidos já estão prestando depoimentos. “A lei processual determina um prazo de 30 dias para a conclusão das investigações, tendo em vista que as prisões foram ocorridas em caráter temporário. Ainda na segunda-feira (04 de janeiro), nós cumprimos um mandado de prisão de uma pessoa que teria participação na morte do Willian Ramos Lemos. Trata-se do Maurício Moura. Ele foi ouvido e apresentado na presença do advogado, prestou informações acerca da possível participação dele na morte do rapaz. Ele negou. A polícia vai ouvir várias pessoas no decorrer da semana, inclusive o ‘Alan Cara Fina”, completa.




Resultados

A Polícia Civil contabilizou um salto positivo da operação ‘Nações Unidas’ com a condução de 17 pessoas, entre elas um traficante bastante conhecido no meio policial (o Alan) e um menor de idade.
Segundo a PC, houve a apreensão de R$ 4.706 em dinheiro, três folhas de cheques com o valor total de R$ 4.735. Entre os materiais apreendidos estão 29 cartuchos de calibre 380, três cartuchos calibre 32, 12 cartuchos calibre 38, quatro revólveres, uma pistola, dois carregadores, três celulares, dois chip´s de operadora de telefonia móvel e uma balança de precisão.



Investigações
De acordo com a PC, a operação foi planejada durante um mês e teve como base inicial a apuração da morte e ocultação de Willian ramos Lemos, encontrado enterrado em uma cova rasa num matagal situado nas proximidades da fazenda Bela Vista, no bairro Felicidade
. A morte do rapaz é considerada para a polícia um crime bárbaro, tendo em vista que o mesmo foi torturado e morto. As investigações apontam que Willian recebeu golpes de uma alavanca, que quebrou as duas pernas, antes de ser morto com um tiro na cabeça.
As investigações sobre a morte de Willian Ramos apontam o envolvimento de 13 pessoas, oito são maiores de idade e cinco adolescentes. Desses, nove estão à disposição da Justiça. Três menores estão no Centro de Internação para Menores (CIA) e os outros seis presos na Cadeia Pública de Teófilo Otoni. “A operação começou basicamente com a apuração da morte do jovem Willian, encontrado enterrado supostamente em um cemitério clandestino. Nós conseguimos vincular a participação de 13 pessoas nesse fato que a partir disso, foram qualificadas. Pedimos ainda a prisão preventiva e a internação para os adolescentes envolvidos. Dessas informações nasceu à oportunidade de se fazer a operação ‘Nações Unidas’, considerando que já existia uma outra investigação paralela com mais 13 pessoas envolvidas com o crime organizado. Pegamos 13 alvos ligados a morte do Willian e mais 13 alvos ligados ao crime organizado”, detalhou Jéferson Botelho.



Alan Cara Fina

As equipes policiais encontraram Alan Lima Carvalho, conhecido como ‘Alan Cara Fina’, de 20 anos, escondido em uma ‘casa-fortaleza’ no alto da Vila Felicidade. Ele acabou fugindo durante a primeira ação policial, pela manhã, mas acabou sendo preso num bairro próximo, o São Cristóvão, já na tarde do mesmo dia.
O delegado Jéferson Botelho destaca que a prisão dele representa a supremacia do Estado organizado com a vitória do bem sobre o mal, principalmente depois de ter recebido a informação de que a frase ‘Alan Cara Fina vai te pegar’ estava inscrita no antigo Posto de Saúde do bairro Vila Betel. “Representa a supremacia do Estado organizado sob o crime organizado. É um trabalho de força com respaldo na lei, onde a polícia tira de circulação um dos delinqüentes mais temidos na região. Haja vista, que ele praticava seus delitos com requintes de crueldade, como por exemplo, torturas de pessoas, ocultação de cadáver, praticando assaltos a postos de combustíveis, padarias, entre outros. É um cidadão muito perigoso”, destaca o delegado.


Alan, que estava sendo procurado há dois anos, é acusado de aproximadamente 10 crimes, entre eles, três assassinatos. A PC informou que uma das mortes aconteceu no campo do Surumaia e as recentes de Jerusalém (filho do ex-policial Paulo Afonso de Medeiros) e Willian Ramos Lemos, 18 anos.  
Contra Alan haviam cinco mandados de prisão. Ele também é investigado por crimes de assalto (um deles ocorrido em uma casa lotérica na cidade de Itaipé, onde existe o registro de vídeo do circuito interno da loja que identifica a participação de Alan na execução do crime. No vídeo o autor pula a divisórias da atendente e pratica um golpe conhecido como ‘gogó’ para ‘dominar’ a funcionária antes de roubar objetos da casa lotérica) e ocultação de cadáver. “Ele confessou a prática no homicídio do Jerusalém (filho do policial) e também na ocultação do cadáver de Willian. Um outro homicídio na região de Mucuri de homem identificado por Manuel também foi confessado por ele. Existem outros casos que estão sendo apurados pela polícia, que nós acreditamos da participação de Alan nesses fatos criminosos. Ele também é investigado na prática de assaltos ao posto Somar, a uma filial da farmácia Indiana, vários assaltos feitos de moto na região norte da cidade, inclusive na morte do frentista no ano passado no posto Palmeiras”, afirma Botelho.
Alan teria pulado um muro de aproximadamente seis metros de altura para fugir do cerco e bloqueio feito pela PM e PC pela manhã. Ele deixou uma arma semi-automática durante a fuga. Mas, durante a tarde, ele foi capturado em uma casa de um familiar situada na rua Moacir Ramalho, próximo a Escola São Cristóvão, no bairro São Cristóvão (também na região norte). Quando foi presos Alan estava com uma arma considerada potente pela PC. Ele saiu da residência algemado e cabisbaixo.
A sua prisão foi comemorada pela população, que aplaudiu a ação policial feita na zona norte de Teófilo Otoni. Os aplausos duraram da prisão na residência ao momento em que o comboio policial escoltava ‘Alan Cara Fina’ até a 14ª DRPC.  A polícia fez um trajeto entre os bairros Vila Betel e São Cristóvão, região que muitas vezes, segundo a PC, Alan mostrou-se ser líder da criminalidade existente.




Poder paralelo

O chefe do 15º Departamento de Polícia Civil, Isaias Pontes de Melo explica o comportamento de um chefe do crime organizado quando ele é preso pelas forças policiais. “Na verdade existe o Estado organizado, e de um lado a tentativa de estabelecer um Estado paralelo movido pelo crime organizado. Essas pessoas como o Alan aparecem como líderes nessas organizações criminosas e passam a representar esse Estado paralelo. Por isso, nas comunidades que ocupam se portam como se fossem os donos das vontades das pessoas. E ali praticam crimes e também agem como se fossem agentes de um órgão público, enfim, submetem os moradores a todo os tipo de barbaridades. Quando essas pessoas saem desse ambiente e vão presas, percebem que o Estado é muito mais forte do que ele. Por causa disso, adota a postura de humildade, totalmente diferente da postura que mantinha quando freqüenta o morro, agredindo a comunidade carente”, finaliza o chefe do 15º DPC.



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